24 dezembro 2013

VENDAVAL

Num zunido inesperado
Batem portas e janelas
Um escuro no céu nublado
Faz parecer estar numa cela
Tudo começa a voar
Vento e chuva desvairados
Levam pessoas a cambalear
Em postes estão encostados
Um remoinho no ar
Muros caídos e estruturas
Gentes estão em amargura
Árvores e carros a nadar
As ruas estão inseguras
As casas a destelhar
Vejo um dia pavoroso
Pontes caídas, muita lama
Cheias que levam as camas
O trovão se ouve bombar
O relâmpago luminoso
Uma árvore está a rachar
E a faísca a incendeia
Nada está a restar

As sirenes alertam o perigo
Anda tudo em alvoroço
Porque merece este castigo
A gente que tem tão pouco?

São os menos protegidos
Os que mais pagam na vida
Num inferno sempre metidos
Lutando sem saldar a dívida

23-01-2013 Maria Antonieta Matos

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