24 dezembro 2013

FIZ UMA ATERRAGEM NO MONTE SELVAGEM

Fiz uma aterragem
Num campo selvagem
Encontrei a cegonha
No ninho deitada
Com os seus filhos
Numa matraqueada

Encontrei o macaco
Nas árvores a baloiçar
E dentro de um buraco
cobra a sonhar

A pastar a vaca
O pasto fresquinho
E em cima da fraca
Estava um passarinho

Entretida a ver
Os cisnes no lago
Sem me aperceber
Senti um afago
Beijou-me o macaco
Depois deu um salto
Um salto tão alto
Fiquei em sobressalto
Que me arrepiei
Se caísse em falso

Muito descontraída
Por entre os sobreiros
Dormi protegida
Sob os seus sombreiros

Depois do descanso
Vi o pónei manso
camelo e a zebra
Olhando uma lesma
Fugindo indefesa
Escondeu-se no solo
E vi o canguru
Com o filho ao colo
Gritei-lhe cucu
E piscou-me o olho

Passava o Chital
Com ar elegante
Arfava, arfava
E parou um instante

Entretanto o Gamo
Com o corno entalado
Num grande ramo
Ficou rodeado
De gente a mirar
Mas muito concentrado
Conseguiu-se soltar

Passava o perú
Com leque elegante
Arrufava, arrufava
E parou um instante
Entretanto a fraca
Com linda casaca
Desfila aprumada
E ficou cercada
De público a olhar
Seu trajo invulgar

Num silêncio absoluto
E a pestanejar
crocodilo, muito astuto
Põe-se a rastejar
Ali a tartaruga
Virando a cabeça
Saía a espreitar
Fazendo das suas
Para mergulhar

Grande desafio
Saltando e brincando
Cabras num redopio
As folhas trincando

De olhos fechados, a avestruz
Voava e sonhava
Não viu onde estava
E truz catrapus

Espantou o papagaio
Pousado no chão
E grita sabichão,
A olhar de soslaio
Ai, ai que eu desmaio

No prado a ovelha
Branquinha de neve
Coça a orelha
Por causa da guedelha
Tão enroladinha
Saiu uma bolinha
Muito bem feitinha

Despistado o porco-espinho
Que corria sozinho
Fez um alvoroço
Ao bater com o focinho
No pé da azinheira
Entretém-se a comer
Com grande cegueira
Nem dá por chover

De orelha fitada
Observando tudo
lebre revirada
Com o olho num canudo
E a cria a mamar
A puxar pela teta
Não pára de brincar
Parece uma vedeta

Faço um intervalo
E fico a ressonar
Surpreende-me o galo
A cantarolar
Mas que belo canto
Para eu acordar
Um tenor, um espanto
Para harmonizar

Nesta fantasia
Estão belas chitas
E tenho a primazia
De ver as mais bonitas
Vejo lamas na cama
Com pijama às listas

A passear o elande
Com muito aparato
É deveras grande
Mas não parte um prato

Lémures fantasiados
Macacos a macaquear
E se forem bem mirados
Canguru parecem achar

Nandus desfilando
Numa linda passadeira
Com o pescoço girando
E o corpo à maneira

Ornamentados os Axis
Têm coroa avantajada
Quando estão a namorar
Por um triz, ai por um triz
Não fica a coroa engatada

Cervicapras cabriolas
Com feitio engraçado
Saltam e pulam no montado
Em jeito de sapateado

No final toca orquestra
E há muita animação
burrica é a maestra
Ouve-se grande ovação
E eu acordei do sonho
A cantar uma canção

No campo Selvagem
Prima a natureza
Faz uma viagem
Para ver a beleza

Caminhando desprendido
Envolvendo os sentidos
Os sons e os cheiros,
O ver e o tocar
Animais protegidos

Convivendo com a natureza
Saltitando aqui e ali
Esta visita é com certeza
Um momento muito feliz

Vamos ver os animais
Ao parque do campo Selvagem
Conhecê-los por demais
Como brincam e o que fazem

Olha ali, o lindo Pavão
Com seu leque colorido
Come os bichinhos no chão
E é muito atrevido

Olha as cabritas anãs
Tão divertidas que estão
Brincam com as suas irmãs
Fazem muita confusão

Ciumento com sua dama
Com beleza a cortejar
Ecoa com muita chama
Dia e noite sem parar

Convivendo com a natureza
Ao ar livre e muito feliz
Passeando com certeza
Por aqui e por ali

O Perú todo enrufado
Abre o leque gracioso
Na quintinha destacado
Por se mostrar tão airoso

Maria Antonieta Matos 07-12-2011

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