24 dezembro 2013

TERENA

Que linda terra tu és
Velhinha perto do céu
A Lucefécit a teus pés
É azul o teu chapéu

Casas cheias de brancura
Cada pedrinha conta uma história
Um castelo onde a luta e bravura
Tem um marco aceso na memória

Teus recantos floridos
Ruelas, igrejas e fontes
Tens por todo o lado montes
Belos campos coloridos
Gado pastando no verde prado
Ouvem-se murmúrios e bramidos
Ouve-se o sino lá no adro

Sabores e aromas perfumados
Rosmaninho, esteva, alecrim,
Hortelã, poejo entrelaçados
No campo, quintais e jardim
Gente que trabalha pela calma
Que conversam pelos cantos
Que se sentam à soalheira
Para observarem teus encantos

Passos, parecendo castanholas
Musicando no sossego
Portados e lindas janelas
Entre elas muito apego
Recônditos, “estórias” de amor
No teu livro escreves segredos
Paixões, medos, desamor
Páginas secretas, enredos

Brincando a criançada
Livremente no teu chão
Dão-te sorrisos, gargalhadas
Dão larga à sua emoção

És um lugar de poetas
Apetecível por escritores
Tens tuas portas abertas
Para inspirares os pintores

Tens o santuário da Boa Nova
Muito raro e muito antigo
Que fica ao longe numa cova
Num silêncio apetecido

Cantigas de Santa Maria
Foram dedicadas a ti
És palco de romaria
Ninguém se esquece de ti

Ruinas de culto Endovélico
Anterior à época romana
Deus luz, Deus maquiavélico
Uma divindade profana

Maria Antonieta Matos 03-03-2013


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