23 dezembro 2013

FURACÃO

Numa perturbada pressão o vento se enfurece

A chuva desenfreada se enrola sem dar espera a inocentes

Rebentam portas e partem-se vidros das janelas

Arrancam-se as casas levando tudo com elas

Desesperadas, mães agarram contra si os filhos, impotentes

E gritam sem forças no rastro da morte torturante

Tanta devastação que palmilha o espaço, repentinamente

Estradas inundadas e casas despedaçadas, boiando

Aqui e ali uma mãe que dá luz, nos destroços

Mesmo ao lado a morte de familiares e gente chorando,

E o escuro que atormenta a descoberta de corpos

Daqueles que se perdem encalhando com os mortos

No mover de assaltos de aproveitadores que sacam sem dó

Multidão faminta, sem comunicação, no escuro só

Desprotegidos e feridos nesse martírio, caem aos poucos

No pranto do silêncio e no desvario de loucos

Enquanto as sirenes das ambulâncias, afligem o coração

De quem desesperadamente se refugia na oração


Levanta-se a força pela sobrevivência e faz renascer a energia

Numa labuta, não têm sono, nem de noite nem de dia

Limpando tudo e construindo o viver do novo dia!

 12-11-2013 Maria Antonieta Matos 
imagem: google 

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