24 dezembro 2013

OLHAR A NATUREZA DA SERRA DA ABOBOREIRA (REIXELA) BAIÃO

Da aboboreira a observar,
Denso campo de carvalhos
Embrenhei-me como a sonhar
Por entre gotas de orvalho

Perfumes que respirei
Neste ambiente tão natural
Ninhos de águias, admirei
Com mochos, esquilos falei
Em puro meio ambiental

Vi lobos e vi libelinhas
Vi morcegos, formiguinhas
Corujas, cobras a rastejar
Muitos pássaros a voar
Musicando pr’a me saudar

Frondosas árvores centenárias
Imponentes e lendárias
Amieiros, salgueiros, freixos
Exemplares de azevinho
Aqui se aninham os passarinhos

O cuco, o pisco, a cotovia
Andorinas, rouxinóis
Sobem às plantas caracóis
Nesta paz e sintonia
Há romance, muita magia

O noitibó sai pelo escuro
Na noite vai disfarçado
O seu ninho fica seguro
No chão por folhas tapado

Se alimenta de mosquitos
Feliz sempre a saltitar
Pela mata de carvalhos
Leva a noite a festejar

O mocho com grande estilo
Sai da toca para cear
Com o fato de abas de grilo,
Para o grilo, ouvir cantar

Sobre folhas a deslizar
A lebre passa de repente
Fugindo duma serpente
Que se estava a aproximar
E ficou serenamente
De longe a observar

Este refúgio cheio de cor
A sombra é grandiosa
Focos de luz irradiam
Aquela vegetação viçosa

O milhafre e o açor
Esvoaçam pelo ar
O rio Ovil por ali passa
Abraçando este esplendor

Nas suas margens, as lontras
Melro, chapim, perdiz
Tranquilos livres, os encontras
Num ambiente muito feliz

Não faças mal à floresta
Que nos prima de beleza
Cheia de ar puro, mãe natureza
Saúda a vida sempre em festa

22-08-2013 Maria Antonieta Matos


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