Tão luxuosa e atraente vai certa dama
Na passarela perfumada de vermelho
Sisuda e emproada no olhar da fama
Imaginando-se a bailar refletida ao espelho
No seu íntimo carrega uma patranha
Que a leva enigmática na jogada musical
Solitária parece que um anjo a acompanha
Na pegada assombrada e infernal
Ao vê-la, enche a sala de cobiça e sorrisos
Num murmúrio entranhado e caloroso
Andante silhueta com toques tão precisos
Desliza seu corpo nu, alongado e decoroso
Enquanto dura luminosa aquela chama
Tudo são brocados, diamantes e ilusão
Mas a caixa de pandora abre-se e reclama
E todas as dores e desgraças ali estão
Évora, 15/ 01/2022 Maria Antonieta Matos
Pintura: Costa Araújo
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