29 junho 2022

O QUE SOU HOJE

 O que sou hoje, 

nunca saberei amanhã
Quando se apagarem as luzes

Na alvorada da nova manhã
Em que o pensar em todos urge 

Entrarei no esquecimento 
Ou no juízo de cada um
Em momentos de lamento
Ou no alívio de alguns

O que sou hoje
Nada tenho para lembrar
Uma obra, uma herança para deixar…
Que solte o prazer do povo
para com júbilo celebrar

Resta-me viver na esperança 
Pedir à lua bonança
Ao sol iluminação
Às nuvens sua emoção
À chuva esse alimento
Que agite os ramos e a direção 

O que sou hoje, ninguém sabe 
Mas deixa-me pensar que há-de,
Chegar o sonho, parecer real
Nascer a obra mesmo já tarde
           
Maria Antonieta Matos 07-09-2021
Pintura: Costa Araújo





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