Minhas mãos dormentes, encarquilhadas
Mostram-me o caminho da idade
A murmurar ressaltam pintas desajeitadas
Num jardim em festa ao fim da tarde
Minhas mãos meigas a pintar teu corpo
E a enternecer teu coração
Vão perpetuando esse doce mosto
Como o dedilhar do terço na oração
Minhas mãos falam-te delicadas
Tateando entrelaçadas no amor
Tocando sentimentos à pele arrepiada
Não há idade que impeça o sonho
As minhas mãos têm a cura para dor
Nos afagos que disponho
25-02-2021 Maria Antonieta Matos
Pintura: Costa Araújo
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