06 dezembro 2024

QUANDO FORES ALENTEJO, VAI DEVAGAR

Quando fores ao Alentejo, vai devagar,
Deixa o tempo escorrer como mel da colmeia,
Sente o bulício do vento a segredar,
E o sol a beijar a terra que anseia.

Vê as barreiras, onde o céu se deita,
Um manto azul que abraça o chão dourado,
Ouves o som? É a calma perfeita,
É o canto da vida no silêncio arrecadado.

Cheira o aroma do pão que se amassa,
Da esteva e do rosmaninho a brotar,
E prova o vinho que a alma abraça,

Enquanto a lua começa a sonhar.

Escuta as vozes da gente que vive,
De olhar profundo, de mãos calejadas,
Guardam histórias que o tempo propaga,
São raízes firmes, memórias sagradas.

Quando fores ao Alentejo, lembra-te então,
De levar o coração leve e aberto,
Pois ali a simplicidade é canção,
E o infinito está sempre por perto.

Maria Antonieta Matos

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