A vida,
frágil flor, desfaz-se ao vento,
Quebrando as linhas ténues do existir,
O tempo, cruel, tece o esquecimento,
Enquanto o chão cede ao lento ruir.
O céu, que
outrora azul, já desabona,
E cinza cobre o dia em vil cenário,
A mão que ergue, a prece abandona,
No frio vazio, ecoa o eterno calvário.
Porém, na
dor, há lume que persiste,
Do pó renasce a força de crescer,
Que ergue o peito onde o vazio insiste.
Desmoronar
não é só padecer,
É ver um rosto novo, ainda que triste,
E dele se ergue, enfim, para viver.
Maria Antonieta Matos
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