26 janeiro 2021

PARÊNTESES DA VIDA

















Encandeio-me de tanto olhar a luz

Os olhos fecham-se empoeirados e secos

Mesmo assim teimo olhar o céu que me seduz 

E nascer de novo como num começo


Os ossos cansam meu sustento

Já não tenho a agilidade d’ outrora 

Mas a dormência num corpo sonolento

E os ouvidos assobiam a toda a hora


Perco-me a cada um segundo

Repito as palavras esquecidas

E os nomes já confundo 


Risco um presente da mente

Vivo num passado iludida, perdida

Caminhando mais oscilante


Évora, 22-01-2021 - Maria Antonieta Matos

Pintura Costa Araújo


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